“Na minha
angústia, invoquei ao Senhor; sim, a meu Deus clamei; do Seu templo ouviu Ele a
minha voz, e o meu clamor chegou aos Seus ouvidos. Estendeu do alto a Sua mão e
tomou-me; tirou-me das muitas águas”. 2
Samuel 22:7,17
Nas últimas meditações estudamos vários momentos da vida do rei Davi e hoje nos apegaremos a mais uma porção preciosa registrada a respeito deste homem de Deus. Chegamos em um período em que os israelitas viviam livre de seus inimigos; neste contexto o rei de Israel olha para trás e numa meditação profunda e minuciosa sobre as maravilhas operadas por Deus ele resolve escrever um cântico novo (Ver 2 Sm 22). Em suas palavras Davi resume seu reinado, enfatizando sempre a atuação de Deus, pois cada conquista e cada mérito pertencia ao Senhor. Ao estudarmos sua história vemos o processo que transformou um pequeno pastor de ovelhas em um valente soldado e, posteriormente, rei. A vida de Davi, no entanto, foi muito agitada, pois desde o início fora marcada por desafios: o gigante Golias; o enfurecido rei Saul; longas peregrinações pelos desertos, abrigando-se em cavernas para se proteger de seus perseguidores, etc.. Vitórias e derrotas fizeram parte de sua jornada, mas em todas as coisas vemos Davi buscando a Deus, seja pela oração ou pela meditação na Sua Palavra. Das profundezas dos vales e mares da vida ele clamava ao Senhor e o auxílio necessário vinha da parte de Deus. Aqui Davi deixa registrado o resumo de suas experiências com Deus:
“Na minha angústia, invoquei ao Senhor; sim, a meu Deus clamei; do Seu templo ouviu Ele a minha voz, e o meu clamor chegou aos Seus ouvidos” (2 Sm 22:7 / Sl 18:6).
A oração era sua arma contra as batalhas internas e externas. No momento exato Deus agia; a perseverança e a paciência eram forjadas para que o caráter de Davi fosse autêntico. O profeta Jonas fez uma oração muito semelhante à de Davi (Ver Jn 2:7), a diferença era que este estava literalmente nas profundezas dos mares, no profundo abismo. Davi por várias vezes se via num profundo abismo (cada pessoa é capaz de identificar o que esse abismo representa) e somente Deus poderia resgatá-lo. Mesmo não sendo no sentido literal, era profundamente significativo. Cada um de nós possui um “mar” que às vezes nos submerge. Das profundezas das águas podemos clamar por socorro: o céu está aberto para os penitentes em apuros e à beira da morte. Davi e Jonas assim o fizeram, e em resposta às suas súplicas veio o livramento:
“Estendeu do alto a Sua mão e tomou-me; tirou-me das muitas águas” (2 Sm 22:17 / Sl 18:16).
A situação era irreversível do ponto de vista humano, mas é neste cenário que o poder de Deus é visto e Seu nome é engrandecido. Se um homem escapa de um naufrágio em uma “piscina” ele pode facilmente tentar se vangloriar em sua habilidade e força, mas se é salvo das profundezas dos mares então fica nítido que ele nada fez, e sim, que Deus fez tudo. É nos grandes mares que as obras do Senhor são manifestas:
“Os que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes águas, esses veem as obras do Senhor e as Suas maravilhas no abismo” (Sl 107:23-24).
Independentemente de qual seja o mar que nos aflige a mão do Senhor pode nos alcançar e nos conduzir a um Alto Refúgio: “O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia” (Sl 9:9). Assim como Davi cantaremos ao olharmos para trás:
“[O Senhor] estendeu do alto a Sua mão e tomou-me; tirou-me das muitas águas”.
Amém!
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