Devocional para meditação (Nº 88)

“Os Teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles”. Salmos 139:16

A onisciência e a onipresença de Deus são reveladas de maneira preciosa no versículo Sl 139:16. Inspirado pelo Espírito, Davi compõe mais um Salmo em que o conhecimento eterno de Deus é visto de várias formas e em cada aspecto mencionado somos levados a entender um pouco mais sobre o caráter de Deus – Ele está em todos os lugares e sabe de todas as coisas, sejam do passado, do presente ou do futuro. O Senhor é o “El Roi” – Deus que tudo vê. A profundidade do conhecimento de Deus jamais poderá ser compreendida pelo homem; nós entendemos apenas uma pequena porção que nos foi revelada através da Bíblia e pela pessoa de Jesus.

“E quão grandiosos me são, ó Deus, os Teus pensamentos! Quão grande é a soma deles! Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia” (Sl 139:17-18a).

Nestes versos Davi expressa sua grande admiração pelos pensamentos e planos de Deus – ainda que não entendamos tudo o que acontece Ele sabe perfeitamente de todas as coisas e nada foge do Seu controle e de Seus olhares atentos. A onisciência de Deus se estende por todas as gerações. Quando ainda estávamos sendo formados no ventre da nossa mãe, ali Ele já estava presente, contemplando e agindo em nosso favor:

“Os Teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles” (Sl 139:16).

Davi acrescenta que até nossos dias já foram todos escritos, quando ainda não tínhamos desfrutado de nenhum deles. O início e o fim estão diante do Senhor. Nós, pela precipitação queremos saber sobre o futuro; ficamos ansiosos em nossas labutas e algumas vezes pensamos: “Será que algum dia vencerei o deserto?”; “Será que perseverarei até o fim?”. São questionamentos peculiares dos homens, mas não devemos nos apoiar neles, e sim, nas promessas de Deus. Em Sua Palavra temos a promessa de que o Senhor jamais nos abandonará (Hb 13:5) e que Ele terminará a obra que um dia começou em nós (Fp 1:6). Devemos nos apegar a estas verdades se quisermos caminhar com segurança. Nosso dever é confiar inteiramente no Senhor, pois “Fiel é o que vos chama, e Ele também o fará” (1 Ts 5:24).

Uma grande complexidade que enfrentamos é o fato de considerarmos nossos dias de rebelião e desobediência a Deus. Lembramos da vileza de nossos pecados e de nossas aflições e como Jó e Jeremias desejamos nunca ter nascido. Perguntamos: “Como Deus poderia me amar sabendo de todos os erros que cometi (e cometerei) ao longo de toda a minha vida?”. Humanamente falando esta pergunta não tem resposta. “Somos tão pecadores e ainda assim amados por Deus?”; “Quê!?”; “Impossível!” – diz o coração receoso. Devemos vencer essa barreira do medo e nos aproximarmos de Jesus, pois Ele nos liga novamente a Deus; nEle encontramos a salvação por meio da Sua graça (Ef 2:8-9). De todos os pecados Ele pode nos purificar e nos dar vestes novas e limpas.

Quando nascemos, na Sua presciência, Deus viu tudo; toda nossa vida está registrada no Seu livro. Mesmo o homem pecando e errando o alvo várias vezes, Ele o convida para se levantar e tentar novamente, pois com a Sua ajuda chegaremos ao porto desejado. As tempestades vêm e vão, mas a Sua fidelidade é de geração em geração e as Suas misericórdias não têm fim (Lm 3:22-23). “Antes que Eu te formasse no ventre, te conheci, e, antes que saísses da madre, te santifiquei” (Jr 1:5). Essas foram as palavras de Deus para Jeremias no início de seu chamado. Mesmo ciente de todos os pontos questionáveis da vida deste jovem, Deus o chamou e o constituiu como profeta do Seu povo. Da mesma forma Deus age conosco. Às vezes nos julgamos o pior dos homens e Ele continua nos chamando para uma nova vida. Pensamos que a qualquer momento seremos abandonados por causa de nossa teimosia e obstinação, mas a misericórdia de Deus se renova em nossas vidas e podemos recomeçar ao Seu lado. O segredo da vitória é recusar-se a desistir. Nos vales escuros da alma podemos clamar por socorro, pois Jesus está sempre disposto a nos erguer. Em Jesus temos a bênção de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1:12). Lancemos fora o medo e descansemos sob a paternidade de Deus.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor; mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai!” (Rm 8:15).

Amém!

Não mais escravos (Fernandinho)

Com uma melodia, Ele me encontrou

Me cercou com uma canção

Que me libertou dos meus inimigos

Dos meus medos me salvou