“... Vai-te em
paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste” (1 Samuel 1:17).
Nesta passagem vemos a história de Ana, uma mulher atribulada pelo fato de ser estéril; ela se via rebaixada, oprimida pela impossibilidade. No entanto, ela orou ao Senhor e lhe apresentou sua súplica: ela queria ter um filho; este era o desejo mais oculto do seu coração. Ela também fez um voto ao Senhor: “ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida” (1 Sm 1:11). Vemos a devoção desta mulher ainda que as circunstâncias não fossem favoráveis. Ela pediu um milagre e de antemão já o havia consagrado a Deus. Ao orar, Ana apenas mexia os lábios, mas no seu coração altas vozes eram produzidas: era o clamor de uma mulher estéril ao Senhor que poderia lhe conceder um milagre. O profeta Eli ao observá-la pensou que ela estava embriagada; sua conclusão tola logo foi dissipada, e, então, ele disse à Ana: “... Vai-te em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste” (1 Sm 1:17). Sob esta palavra aquela mulher seguiu seu caminho em paz; “e já não era triste o seu semblante” (1 Sm 1:18b) – ela descansou em Deus, crendo que tudo estava no Seu controle.
Depois deste episódio, Ana e seu marido, Elcana, voltaram para casa e “o Senhor se lembrou dela” (1 Sm 1:19); e naquele tempo o milagre aconteceu: ela veio a conceber um filho, o qual ela chamou de Samuel (1 Sm 1:20). Depois de receber a bênção tão esperada, Ana cumpriu o seu voto: dedicando aquela criança ao Senhor, que cresceu diante do sacerdote Eli, sendo instruído e preparado para o ministério que ocuparia futuramente. No momento de consagração Ana disse: “Por este menino orava eu, e o Senhor atendeu a petição que eu lhe fiz” (1 Sm 1:27). De uma mulher aflita à uma alegre mãe, assim foi a experiência de Ana com o Senhor. A passagem de Sl 9:18 se cumpriu em sua vida: “Pois o necessitado não será esquecido para sempre, nem a esperança dos aflitos será frustrada perpetuamente”. O Senhor se lembrou de Ana; no tempo oportuno Ele atendeu a sua súplica. A gratidão tomou conta do coração daquela mãe e em oração ela faz uma declaração valiosíssima – que se encontra em 1 Sm 2:1-10. Vejamos:
“Ninguém há santo como o Senhor; não há outro fora de Ti; não há rocha como o nosso Deus... Os arcos dos fortes estão quebrados, e os fracos são cingidos de força... até a estéril teve sete filhos... [o Senhor] levanta do pó o pobre, do monturo eleva o necessitado, para os fazer herdar um trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, sobre elas pôs Ele o mundo” (1 Sm 2:2,4,5,8).
Esta oração de Ana se assemelha com a escrita do Salmo 113; parece que o salmista tinha a história de Ana em mente quando compôs esta preciosa canção: “Ele levanta do pó o pobre e do monturo ergue o necessitado; para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do Seu povo. Ele faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor!” (Sl 113:7-9). Esta recordação do salmista revela o quanto podemos aprender com a vida de Ana: uma mulher estéril que se tornou uma alegre mãe de filhos. Oh! Quantas vezes lamentamos nossa esterilidade espiritual, emocional e física! Certamente temos muitas “Anas” em nossa geração; açoitadas pelas limitações e pelos fracassos. Ah! as “impossibilidades”, as “improbabilidades”, as “inviabilidades”. Clamemos ao Senhor e tenhamos em mente que Ele nos responderá. “E esta é a confiança que temos nEle; que, se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (1 Jo 5:14). E quando a misericórdia nos for concedida não nos esqueçamos de agradecer ao Senhor, dedicando aquelas dádivas a Ele e ao serviço dEle.
Aquilo que ganhamos pela oração, devemos dedicar a Deus, como Ana dedicou Samuel. O dom veio do céu, deixe que para lá retorne. A oração o trouxe, a gratidão cantou sobre ele, deixe que a devoção o consagre. Esta será uma ocasião especial para dizer: “Porque tudo vem de Ti, e das Tuas mãos Te damos” [C. H. Spurgeon].
O tempo de Deus é diferente do nosso; Ele vê além das curvas, enquanto nós vemos apenas poucos metros à frente. Nós focamos no resultado, enquanto Ele está mais interessado na qualidade do processo que estamos passando. No tempo errado a bênção pode ser desperdiçada e perdida para sempre (ou talvez transformada em um ídolo), por isso, devemos cumprir cada etapa com sabedoria e prudência, pois no tempo exato tudo será perfeito.
Como será rápida, apesar da longa demora. Chegará no momento mais oportuno (Gl 6:9), virá da melhor maneira para a honra de Deus. E o que vem na melhor época, vem rapidamente. Há tempo para todas as coisas. Os tempos e as estações estão nas mãos do Senhor e todas as Suas obras acontecem no tempo oportuno [Thomas Boston (Sermão: Requerentes encorajados no tribunal celestial; ou o feliz tema de orar sempre e não esmorecer) – agosto de 1727.].
Apresentemos nossos pedidos a Deus neste momento (Ver Mt 7:7-11). Independentemente de qual seja a nossa condição atual podemos pedir o Seu auxílio, depositando nossa confiança nas Suas promessas e pela fé crendo que o mais Ele fará (Ver Sl 37:5) segundo a Sua boa vontade (Ver Fp 2:13). Exercite sua fé simples em Jesus; uma fé viva e segura, e em breve ouviremos de Seus lábios: “Ó mulher [ou homem], grande é a tua fé! Seja-te feito como queres” (Mt 15:28). Quem sabe daqui nove meses teremos inúmeros testemunhos para contar! Eu quero fazer parte desta cerimônia de dedicação. E você, caro leitor? Vamos juntos labutar apesar de nossas insuficiências presentes, pois a nossa vitória vem das mãos poderosas do Senhor. Amém!
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