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Devocional para meditação (Nº 80)

"Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me. Imediatamente estendeu Jesus a mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E logo que subiram para o barco, o vento cessou". Mateus 14:30-32

Após o grande milagre da multiplicação de pães (Ver Mt 14:13-21), Jesus orienta seus discípulos a entrarem no barco e atravessarem para o outro lado do mar (Ver Mt 14:22-34) enquanto Ele despedia as multidões (v.22). Então, Jesus, à parte, subiu ao monte para orar; ao anoitecer. Neste período, Seus discípulos foram açoitados pelos ventos e pelas ondas do mar (v.23-24). Mas “À quarta vigília [Corresponde ao período de 3 às 6 horas da madrugada.] da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar” (v.25). Ao vê-Lo, aqueles homens entraram em pânico pensando que era algum fantasma. “Jesus, porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou Eu; não temais” (v.27). Pedro toma à frente do seu grupo e faz um pedido ousado: “Respondeu-lhe Pedro: se és Tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas. Disse-lhe Jesus: Vem” (v.28-29a). Até aqui Pedro superou as expectativas, demonstrando uma coragem que faltava nos demais; e “descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus” (v.29b). Enquanto Pedro olhava para Jesus, ele andava sobre as águas – um feito que nenhum outro homem jamais conseguiu realizar. Que honra! Que privilégio ele desfrutou! “Mas...”. Ah! Esses “mas” sempre revelam a fragilidade humana e a sua instabilidade diante das intempéries da vida: “Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me” (v.30). Neste momento a ousadia dá lugar ao desespero; das superfícies das águas Pedro se desloca para as profundezas das águas. No instante em que ele perde o foco em Jesus, ele afunda; um naufrágio humano. Seus olhos se atentaram para os ventos fortes de uma noite escura e sombria. Só lhe resta uma opção: clamar por socorro. Ele estava distante do barco e de seus companheiros que nada podiam fazer. O auxílio humano não era possível; porém, em sua direção vinha Jesus: o auxílio Divino estava de prontidão: “Imediatamente estendeu Jesus a mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (v.31).

O que este episódio nos ensina? Bem, nesta passagem notamos o quanto somos inclinados a olhar para os ventos que nos assombram. Desviamos os olhos de Jesus por um instante e afundamos nos mares da vida. Mas Jesus está sempre pronto para nos socorrer. Basta clamarmos; e Ele nos ouvirá. Eis a promessa de Deus:

Porque Eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo: Não temas; Eu te ajudarei” (Is 41:13).

Jesus estende a mão para Pedro e o salva da força das águas e dos ventos.

Pedro teve uma oportunidade extraordinária para mostrar que a fé em Cristo poderia confirmar e demonstrar a natureza real da vida espiritual. Nessa tentativa, o êxito total teria sido uma alegria e uma confiança inabaláveis pelo resto da vida de Pedro; porém, a falta de fé arruinou a oportunidade. A despeito da sua falta de fé, Jesus respondeu imediatamente ao apelo de Pedro, porque a emergência exigia pronto atendimento. A lição é perfeitamente clara, e transforma-se em um fator de encorajamento para nós. Passagens como esta ensinam que Deus tem cuidado e interesse por nossa vida” [Comentários de R. N. Champlim de Mt 14:31 (O Novo Testamento Interpretado).].

Quando confrontado por sua incredulidade, Jesus queria lhe ensinar uma lição de ouro: você afundou porque tirou os olhos de Mim. Isto se aplica a nós: quando tiramos os olhos de Jesus naufragamos, somos submersos pelos problemas desta vida. Muitas das vezes Deus está fazendo uma obra maravilhosa em nossas vidas e acabamos perdendo tempo olhando para os ventos. Portanto, o segredo para uma caminhada segura está no fato de olharmos para Jesus continuamente. Em segundos de distração a queda pode ser fatal. Estes ventos que tiraram o foco de Pedro representam nossas lutas e provações, mas, temos um Amigo que nos entende e está pronto para nos ajudar – Jesus.

1) “Irei e O consultarei; e conversarei com Jesus como amigo. Serei grato porque neste mundo problemático e sedutor, tenho um amigo com quem me aconselhar. (a) Irei e Lhe contarei as minhas aflições, como estou grandemente aflito por alguma doença em meu corpo, ou por certa perturbação em minha família, ou por alguma decepção em minhas circunstâncias corriqueiras, ou (o que é o pior de todos os outros juntos) por uma escuridão em minha alma. (b) Irei e Lhe contarei as minhas alegrias, até mesmo neste vale de lágrimas, às vezes, ‘está alegre o meu coração e regozija o meu espírito’ (Sl 16:9). (c) Irei e Lhe falarei dos meus pecados. Jesus já os conhece, mas Ele os saberá de mim. (d) Irei e Lhe contarei dos meus medos, como fico grandemente angustiado, quando percebo que esta ou aquela perversão é tão forte que chego a pensar que estou gravemente ferido [...]. Como tremo quando por minha loucura provoco o Senhor a me deixar, temendo que Ele nunca mais volte. (e) Irei e Lhe contarei as minhas esperanças, pois em todos os meus abatimentos tenho alguma esperança [...]. Irei e Lhe contarei tudo. Confidenciarei e desabafarei o meu coração para Jesus” (Samuel Lavington);

2) “O Senhor Jesus nos conhece em nossas angústias, dores e sofrimentos em certo sentido peculiar, pois Ele tem uma profunda empatia por nós no que diz respeito a isso. Quando ninguém mais pode tomar parte em nossas angústias por não entendê-las experimentalmente, Jesus sonda o mais profundo do nosso ser, compreendendo a mais medonha de nossas aflições, porque Ele sentiu o mesmo. Jesus é o médico que conhece todos os casos. Nada é novo para Ele. Quando ficamos desnorteados a ponto de não conhecermos o nosso estado, Ele nos conhece inteiramente” (Comentários de C. H. Spurgeon do Sl 31:7 – Os Tesouros de Davi);

3) “Jesus é o Médico, e se Ele conhece tudo, não há necessidade de o paciente saber tudo. Aquiete-se, coração tolo e agitado; inquiridor, espreitador e duvidoso! O que você não sabe agora, saberá adiante, e enquanto isso, Jesus, o amado Médico, conhece sua alma nas adversidades. Por que precisaria o paciente analisar os medicamentos, ou avaliar os sintomas? Isso é o trabalho do Médico, não meu; meu trabalho é confiar e o dEle prescrever. Se Ele escreveu sua receita com letras ilegíveis que não entendo, não me inquietarei, mas confiarei na Sua infalível habilidade de esclarecer tudo no resultado, por mais misterioso que seja o andamento” (C. H. Spurgeon).

Estes depoimentos nos orientam a colocarmos “nossos ventos” aos cuidados de Jesus, pois somente Ele pode nos conduzir ao porto desejado e acalmar todas as tempestades que nos cercam.

E logo que subiram para o barco, o vento cessou” (Mt 14:32).

Observe a rapidez em que o curso das coisas mudaram: “e logo”, “o vento cessou”. Quando Jesus está no barco as tempestades externas e internas não podem mais nos submergir; aqueles ventos são dispersos e a tempestade dissipada. Lidamos diariamente com um bombardeio de pensamentos, setas malignas e acontecimentos em geral. Sem firmeza afundaremos. Todavia, podemos clamar: “Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu” (Sl 61:2b). Essa rocha aponta diretamente para a pessoa de Cristo; Ele é a verdadeira Rocha Inabalável, onde os peregrinos e marinheiros encontram refúgio em suas viagens pelos oceanos e mares desta nossa existência.

4) Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu” é o clamor do pecador ao Salvador do pecador! (Barton Bouchier, 1855).

Complementando essa declaração podemos dizer que este é o clamor dos marinheiros náufragos a Jesus – o Comandante dos mares. No relato de João, encontramos um outro notável milagre:

e logo o barco chegou à terra para onde iam” (Jo 6:21b).

A tempestade cessou; Jesus e Pedro estão novamente no barco; e, imediatamente chegaram ao local determinado por Jesus no princípio de tudo. Recorramos brevemente ao Salmo 107.

Então, clamam ao Senhor na sua tribulação, e Ele os livra das suas angústias. Faz cessar a tormenta, de modo que se acalmam as ondas. Então, eles se alegram com a bonança; e, assim, Ele os leva ao porto desejado” (Sl 107:28-30).

Este Salmo certamente se aplica ao encerramento desta meditação. Ele foi escrito muito antes da vinda de Jesus a este mundo, mas em suas palavras já estava profetizado tudo aquilo que aconteceria no ministério de Jesus e fazendo uma ligação direta com a passagem que estudamos. 

e assim, Jesus nos leva ao porto desejado”.

Jesus está guiando o barco, portanto, não há o que temer.

 

Sobre as águas [Música do ministério Trazendo a Arca.]

 

Se o mar me submergir

A Tua mão me traz à tona para respirar

E me faz andar sobre águas.

Tu és o Deus da minha salvação

És o meu dono, minha canção

Minha paixão e o meu louvor.

 

Aleluia! Aleluia!

Aleluia! Aleluia!

 

Amém!


by Jesus, W.

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