“Foi-me bom ter
sido afligido, para que aprendesse os Teus estatutos”. Salmos 119:71
Ninguém gosta de ser corrigido, mas a correção é extremamente necessária, principalmente se tratando de nossa vida espiritual. A correção de um pai contribui para a formação do caráter do filho. Da mesma forma, a correção de Deus contribui para a nossa formação espiritual. O pai corrige o filho por amor, pois ele deseja o seu bem; a correção (que a princípio é motivo de sofrimento) produz posteriormente um bom e saudável aprendizado. Se somos corrigidos por nossos pais biológicos, maior é o desejo de Deus que aprendamos e cresçamos com as Suas advertências e repreensões. Em Pv 3:11-12 está escrito: “Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da Sua repreensão; porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem ama”. Na carta aos Hebreus encontramos este mesmo princípio – o amor disciplinador de Deus.
“... Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por Ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama... Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo do gozo, porém de tristeza; mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos que por ela têm sido exercitados” (Hb 12:5,6a,11).
Nós temos uma tendência de nos opormos à vontade de Deus e rebelarmos diante de Seus ensinamentos, isto só piora as coisas e, com isso, prolongamos os períodos de tratamento. Como lemos no texto, a correção não é nada agradável: se a correção de um pai terreno já é dolorosa, imagina a correção do próprio Deus? Mas não nos esqueçamos de um outro princípio atrelado à correção Divina: Deus nos corrige porque nos ama e Ele deseja o nosso bem. Nossa desobediência só traz prejuízos espirituais, emocionais e físicos; já a nossa obediência permite que Deus aja em nossas vidas.
“Se ouvires atentamente a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os Seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre as nações da terra; e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus” (Dt 28:1-2).
Estas palavras foram dirigidas ao povo que herdaria a terra de Canaã; a bênção do Senhor estava condicionada à obediência do povo (Nota: A salvação é pela graça, um dom gratuito, mediante a nossa fé em Jesus (Ef 2:8-9); mas algumas bênçãos de Deus estão condicionadas à nossa obediência, por exemplo, um casamento (noivado ou namoro) feliz e abençoado por Deus exige uma vida de santidade de ambas as partes; a paz de espírito também depende em parte da nossa submissão à Palavra de Deus, é impossível desfrutar da paz de Deus vivendo longe de Seus princípios estabelecidos.). As instruções dadas ao povo por intermédio de Moisés eram benéficas para eles mesmos, permitindo que eles vivessem retamente diante de Deus e das outras nações; também a santidade de Deus deveria ser considerada e respeitada no mais alto nível de reverência. Quando somos corrigidos pelo Senhor estamos sendo preparados e capacitados para uma nova etapa; a obediência irrestrita a Deus é desenvolvida nestes períodos de aflição.
Como viveremos um tempo novo da parte de Deus carregando fardos do passado? Como entrar em Canaã trajando vestes inadequadas? A correção revela o nosso erro e como filhos arrependidos somos levados a clamar: “Contra Ti, contra Ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante de Teus olhos” (Sl 51:4a). A confissão é o primeiro passo para a restauração: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (At 3:19). Quando nos arrependemos sinceramente o Senhor nos perdoa: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). Quando o salmista escreve “Foi-me bom ter sido afligido”, ele reconhece sabiamente o propósito das dificuldades que enfrentara: elas o conduziram a Deus e lhe ensinaram lições que jamais seriam aprendidas de outra forma. Tudo o que ocorreu, mesmo sendo doloroso, cooperou para o seu bem: “para que ele aprendesse os estatutos do Senhor”. Em outro Salmo encontramos: “Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a Tua Palavra” (Sl 119:67).
Que neste momento de meditação possamos compreender que tudo que passamos, seja bom ou ruim, contribui para a nossa formação espiritual.
“Mas Ele sabe o caminho por que eu ando; provando-me Ele, sairei como o ouro” (Jó 23:10).
Que o Senhor Jesus possa falar ao seu coração através do mover do Seu Espírito e que juntos possamos declarar neste dia:
“Nunca me esquecerei dos Teus preceitos, pois por eles me tens vivificado” (Sl 119:93);
“Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os Teus estatutos” (Sl 119:71).
A correção que em primeiro momento era dolorosa, em segundo lugar nos revela o amor de Deus por nós e o Seu desejo de nos trazer de volta para casa: no meio da aflição o filho pródigo se arrependeu e voltou para casa; seu pai o recebeu de braços abertos e naquele mesmo dia celebraram uma grande festa – “porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” (Lc 15:24). Voltemos para o Pai neste dia; haverá uma grande festa nos céus. Amém!
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