“Pois o Senhor,
teu Deus, tem te abençoado em toda obra das tuas mãos; Ele tem conhecido o teu
caminho por este grande deserto; estes quarenta anos o Senhor, teu Deus, tem
estado contigo; nada tem lhe faltado”. Deuteronômio
2:7
Nesta passagem Moisés ensina uma lição de ouro à geração que estava prestes a entrar em Canaã. A geração anterior fora consumida no deserto pela sua incredulidade e rebeldia contra Deus. Mas uma coisa é bem evidente: mesmo naquela longa jornada pelo deserto Deus sustentou o protegeu o Seu povo. Moisés exorta o povo a avaliar e considerar o passado de forma instrutiva e construtiva. No deserto eles haviam provado a longanimidade, a bondade e a fidelidade de Deus; estes atributos Divinos não deveriam ser esquecidos na etapa que estava por vir. Durante os longos quarenta anos de peregrinação Deus operou a favor dos israelitas: provendo água, alimento, proteção e tudo o que lhes foi necessário. O povo muitas vezes murmurava por não entender o propósito do deserto: o deserto era um tempo de preparação na vida do povo; eles estavam sendo moldados e instruídos para herdarem a Terra Prometida; seus velhos costumes e hábitos deveriam passar por uma transformação. A falta de sensibilidade dos israelitas prolongou, e muito, a passagem pelo deserto. Podemos enxergar o deserto sob duas perspectivas: primeiro, ele revela o que está em nosso coração; segundo, ele nos corrige. Veja o que a Bíblia diz a esse respeito:
“Todos os mandamentos que hoje eu vos ordeno cuidareis de observar, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o Senhor, com juramento, prometeu a vossos pais. E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os Seus mandamentos” (Dt 8:2).
A experiência do deserto era para provar o coração do povo e da mesma maneira este princípio se aplica em nossa vida: muitas vezes somos submetidos ao deserto para revermos nossos conceitos e atitudes. O deserto revela o que está no nosso interior e, então, devemos mudar nossa maneira de pensar e agir para experimentarmos a perfeita vontade de Deus (Ver Rm 12:1-2). É sob pressão que revelamos nosso caráter. O deserto nos aperta, nos limita, mas devemos atravessá-lo de maneira sábia e consciente, sabendo que ele é necessário nessa transição do Egito até Canaã. A escassez de recursos nos leva a depender inteiramente de Deus. Essa dependência total é aprendida e exercida no deserto: “Sim, Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná... para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem” (Dt 8:3). A palavra “humilhou” nestes versos não quer dizer que Deus é vingativo, mas que Ele deseja nos corrigir. A correção é totalmente válida, principalmente quando ela é fruto do amor do Pai. Somos corrigidos porque somos amados (Ver Pv 3:11-12).
“Saberás, pois, no teu coração, que, como um homem corrige a seu filho, assim te corrige o Senhor, teu Deus” (Dt 8:5).
Estudamos então os efeitos do deserto em nossa vida: revelar nosso coração e nos corrigir (moldar; lapidar). Entretanto, o mais surpreendente está no fato de que mesmo quando estamos neste processo Deus supre todas as nossas necessidades; mesmo no deserto Ele nos abençoa e nos concede graça; nada nos falta; Ele nos garante todos os suprimentos necessários nesta travessia:
“Pois o Senhor, teu Deus, tem te abençoado em toda obra das tuas mãos; Ele tem conhecido o teu caminho por este grande deserto; estes quarenta anos o Senhor, teu Deus, tem estado contigo; nada tem lhe faltado” (Dt 2:7).
A expressão “quarenta anos” é particular na vida de cada um: alguns esperam dez, outros dezoito, outros quarenta anos para alcançar sua vitória. Este tempo pode variar de acordo com a nossa disposição de entender, aprender e aplicar as lições repassadas no período do deserto, ou seja, quanto mais rápido assimilarmos os ensinamentos do Senhor e os praticarmos, menos tempo será necessário para atravessarmos as dunas de areia sob o calor escaldante.
Finalmente! Dos limites do deserto agora já podemos avistar Canaã; mas o que fazer? – você pode se perguntar. A passagem de Dt 5:32-33 nos responde:
“Olhai, pois, que façais como vos ordenou o Senhor, vosso Deus, não vos desviareis nem para a direita nem para esquerda. Andareis em todo o caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus, para que vivais e bem vos suceda, e prolongueis os vossos dias na terra que haveis de possuir” (Dt 5:32-33).
Quando estivermos prestes a sair do deserto devemos nos lembrar das instruções do Senhor, pois somente ao obedecê-las poderemos desfrutar Suas promessas em segurança e de maneira plena. O deserto é a escola que nos ensina o valor da obediência; a obediência irrestrita a Deus é o prelúdio de uma nova vida. Suporte o processo do deserto e em breve você terá uma colheita de bênçãos. Amém!
Amém
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