“Enviou-os,
pois, Moisés a espiar a terra de Canaã; e disse-lhes: Subi por aqui para o
Negebe e penetrai nas montanhas; [...] Assim, subiram e espiaram a terra desde
o deserto de Zim até Reobe, à entrada de Hamate”. Números 13:17,21
Neste momento da história, os israelitas estavam às portas da Terra Prometida. Deus orientou Moisés a enviar doze espias para percorrer Canaã para que observassem tudo que ali havia; terra “que Eu hei de dar aos filhos de Israel [disse o Senhor]” (Nm 13:2).
Assim Moisés o fez: “Enviou-os, pois, Moisés a espiar a terra de Canaã; e disse-lhes: Subi
por aqui para o Negebe e penetrai nas montanhas; [...] Assim, subiram e
espiaram a terra desde o deserto de Zim até Reobe, à entrada de Hamate” (Nm 13:17,21). Essa missão foi realizada
em quarenta dias (Ver Nm 13:25);
então vieram os espias para prestar seus relatórios perante à congregação: a
terra de fato é maravilhosa, próspera, abundante; contudo, existem muitos obstáculos,
a saber: gigantes e poderosos inimigos habitam ao longo de toda a terra de
Canaã (Ver Nm 13:27-29). Dez dos
doze espias focaram apenas nas dificuldades que enfrentariam pela frente; seus
discursos provocaram um alvoroço no meio do povo: “Então, toda a congregação levantou a voz e gritou; e o povo chorou naquela
noite” (Nm 14:1). Por outro
lado, Josué e Calebe tentaram lembrar o povo das promessas de Deus, para que
tão somente tivessem bom ânimo e não temessem (Ver Nm 13:30; 14:6-9); todavia, suas palavras foram ignoradas. Israel
se recusou a entrar em Canaã e até queriam constituir um líder para que
voltassem ao Egito (Ver Nm 14:4).
Mesmo depois de tantas maravilhas operadas por Deus desde a saída do Egito o povo errava por causa da incredulidade; eles duvidaram da promessa feita por Deus a Abraão: “Naquele mesmo dia, fez o Senhor um pacto a Abraão, dizendo: À tua descendência tenho dado essa terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates” (Gn 15:18). No relatório dos dez espias observamos os mesmos inimigos que Deus prometeu que expulsaria da terra (Comparar Nm 13:29 com Gn 15:19-21); mas eles optaram pela descrença, o que trouxe um trágico desdobramento: eles foram impedidos de entrar na terra da promessa e vaguearam quarenta anos pelo deserto até que toda aquela geração que havia murmurado e queixado contra Deus fosse consumida. Entretanto, Josué e Calebe puderam herdar a promessa, pois mantiveram seus olhos em Deus e não nos obstáculos que enfrentariam. No meio deste cenário conturbado, vemos Moisés intercedendo pelo povo: “Perdoa, rogo-te, a iniquidade deste povo segundo a Tua grande misericórdia, como tens perdoado desde o Egito até aqui” (Nm 14:19). Deus perdoou o povo e não o destruiu completamente, mas por causa da incredulidade e da desobediência eles não entrariam em Canaã, salvo os que permaneceram fiéis e obedientes à Sua vontade (Ver Nm 14:20-24,29-35).
O escritor aos Hebreus nos exorta acerca deste acontecimento; ele nos admoesta a não endurecermos os nossos corações ao ouvirmos a Palavra [ou a voz] de Deus: “não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto” (Hb 3:8). Em outro versículo está escrito: “Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer um de vós um perverso coração de incredulidade, para se apartar do Deus vivo” (Hb 3:12). A incredulidade trouxe perdas irreversíveis àquela geração: “E vemos que não puderam entrar [em Canaã] por causa da incredulidade” (Hb 3:19). O relato de Números 13-14 não é apenas histórico, mas representativo, ou seja, ele revela a tendência pecaminosa que temos à incredulidade. Muitas vezes contemplamos muitos milagres da parte de Deus, mas ao vermos um obstáculo nós murmuramos e deixamos de confiar nas promessas do Senhor. Damos mais ênfase aos gigantes da vida do que ao Vencedor destes gigantes – Jesus – que venceu este mundo, a morte e todos os poderes das trevas para nos dar vida, vida em abundância; para nos dar um futuro e uma esperança (Ver Jr 29:11).
A oração de Moisés registrada em Nm 14:19 nos leva a entender o papal sacerdotal de Jesus nos céus: “porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hb 7:25b); “Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora compadecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9:24). Podemos enxergar o próprio Jesus fazendo essa oração de intercessão por nós diante de Deus:
“Perdoa, rogo-te, a iniquidade deste povo segundo a Tua grande misericórdia, como tens perdoado desde o Egito até aqui”
O Egito claramente refere-se ao nosso passado de pecado, trevas e escravidão. De lá para cá, temos visto grandes sinais e livramentos da parte de Deus, mas infelizmente vacilamos ao olharmos para as barreiras que surgem em nosso caminho. Porém, existem um caminho mais excelente para trilharmos: o caminho da fé, da santidade, da obediência, da comunhão com Deus, da meditação nas Escrituras. Estes novos hábitos certamente mudarão a nossa forma de pensar e de enxergar as coisas ao nosso redor.
“Perdoa-nos Senhor, quando por incredulidade retrocedemos do bom caminho e erramos o nosso alvo que é o Senhor. Perdoa nosso inconstante coração e nos ajude a andar em integridade diante de Ti. Os gigantes que nos rodeiam são poderosos; sim, eles são fortes e imponentes, mas o Senhor é maior do que todos eles reunidos. Ajude-nos a andar pela fé e não pelas vistas; as vistas podem falhar, mas a fé em Ti jamais será vã. Com Tua ajuda venceremos os desertos e os gigantes que nos afastam das Tuas promessas. Em nome de Jesus. Amém!”.
Enquanto as circunstâncias externas não mudam devemos mudar o nosso interior; enchendo nossa mente com a Palavra de Deus, renovando o nosso espírito pela comunhão constante com o Senhor, mantendo uma postura de entrega e confiança. Tudo tem o tempo certo. Que assim como Abraão esperou pelo cumprimento da promessa de ter um filho, possamos esperar em Deus o cumprimento de Suas promessas em nossas vidas.
“E, assim, tendo Abraão esperado com paciência, alcançou a promessa” (Hb 6:15).
Aleluia a Amém! Que estas palavras estejam continuamente diante de nós para que avancemos para o nosso alvo com alegria e determinação - o nosso alvo é Jesus.
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