“Pelo que chamou
Abraão àquele lugar Jeová-Jiré; de onde se diz até o dia de hoje: No monte do
Senhor se proverá”. Gênesis 22:14
Que prova de fogo Abraão enfrentou! Sua fé foi provada quando Deus lhe pediu para que oferecesse seu filho Isaque como sacrifício. Abraão não questionou nem murmurou, mas prontamente tomou seu filho e ambos caminharam até o local onde o sacrifício ocorreria, sobre um dos montes da terra de Moriá (Gn 22:2). No trajeto Isaque questionou seu pai: “Então disse Isaque a Abraão, se pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui meu filho! Respondeu-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). A pergunta dele era lógica, faltava o cordeiro. Seu pai pela fé respondeu: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22:8). Abraão sabia que seu filho seria oferecido, mas ele estava disposto a assim fazer. Isaque era o filho da promessa: ele nasceu na velhice de Abraão (com cem anos) e Sara (com noventa anos). Abraão creu que mesmo que Isaque fosse morto Deus lhe daria outro filho como parte da aliança feita com ele: de Abraão nasceria uma descendência incontável, como as estrelas do céu (Ver Gn 15:1-6). Mesmo em idade avançada Abraão creu nas promessas do Senhor: “E creu Abrão [Abraão] no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça” (Gn 15:6). Entretanto, quando Isaque já era crescido, Deus provou a Abraão; restavam apenas duas escolhas: “fazer a vontade de Deus ou a minha?”. Certamente esta não foi uma escolha simples, pois se tratava de uma bênção que Abraão tanto sonhou, e agora tinha que abrir mão dela. Abraão escolheu a vontade de Deus, confiou na soberania do Senhor e acreditou que tudo estava no Seu controle.
Quando chegou o momento do sacrifício um anjo bradou do céu: “Não estendas a mão sobre o mancebo e não lhe faças nada; porquanto agora sei que teme a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu único filho” (Gn 22:12). Ao olhar em seu redor, Abraão viu um carneiro entrelaçado no mato e então o ofereceu em sacrifício no lugar de seu filho (Gn 22:13). Deus providenciou um substituto para Isaque, “Pelo que chamou Abraão àquele lugar Jeová-Jiré; de onde se diz até o dia de hoje: No monte do Senhor se proverá” (Gn 22:14). Abraão confiou na provisão de Deus antes mesmo de chegar no local indicado. No v.8 ele disse: “Deus proverá” – Yahweh Yireh (Jeová Jireh / Jiré) – o Senhor proverá; no v.14 ele contempla o milagre do Senhor e chama aquele lugar de Jeová-Jireh. No momento exato Deus providenciou o livramento.
Isaque pode representar cada um de nós, que por causa de nossos pecados e delitos merecíamos a condenação e a morte (Rm 6:23a), mas Deus preparou um substituto em nosso lugar: o carneiro que Abraão achou simbolizada Jesus, que seria morto para resgatar o homem da escravidão do pecado e dar a ele uma nova esperança e uma nova vida: “mas o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6:23b).
A prova da fé de Abraão pode nos ensinar muitas coisas: primeiro, devemos crer que Deus suprirá todas as nossas necessidades espirituais, emocionais e física; segundo, que as dificuldades são usadas para provar a nossa fé e revelar onde está a nossa verdadeira confiança; e terceiro, devemos esperar com paciência pelo agir de Deus, como declara o salmista: “Aguardo o Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na Sua Palavra” (Sl 130:5). “Se o Senhor Jeová nos faz esperar, devemos fazê-lo com todo o nosso coração, pois bem-aventurados são todos os que nEle esperam. Vale a pena esperar por Ele. A própria espera é benéfica para nós: ela testa a fé, exercita a paciência, treina a submissão e valoriza a bênção, quando ela vem” [Comentários de C. H. Spurgeon do Sl 130:5 (Os Tesouros de Davi, V.3, CPAD, Rio de Janeiro, 2020).].
Abraão esperou pelo Senhor, sem duvidar, sem desanimar ou desistir. No momento oportuno Deus enviou a provisão necessária. A provação o conduziu a uma aprovação (Ver Tg 1:12). Mesmo nas nossas lutas o Senhor age a nosso favor, o problema é que olhamos para nossas limitações ao invés de olharmos para Deus. Caminhamos aflitos; de longe avistamos a terra de Moriá com um pesar no coração, pois tememos que ali tudo se acabe; pensamos que nos montes de Moriá seremos mortos e vencidos. Mas ao chegarmos no topo do Monte de Aflição, Deus envia o socorro, pois Ele trabalha a favor daqueles que nEle esperam. Esperemos, pois, no Senhor:
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de Ti, que opera a favor daquele que por ele espera” (Is 64:4).
Que caminhemos nossa jornada com fé, paciência e uma confiança irrestrita em Deus, pois ao pisarmos os Montes de Moriá exclamaremos com grande júbilo: “No monte do Senhor se proverá”. Jesus é a provisão de Deus para os homens. Que neste dia voltemos para Ele de todo o nosso coração e descansemos nas Suas promessas. Amém!
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