“Deus é a minha
grande fortaleza, e Ele torna perfeito o meu caminho”. 2 Samuel 22:33
Hoje contemplaremos brevemente um dos episódios finais da longa trajetória do rei Davi. Quando Davi começou a reinar [Ver 2 Sm 5:4] ele tinha trinta anos e reinou [“Em Hebrom reinou sete anos e seis meses sobre Judá, e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá” (2 Sm 5:5)] quarenta anos (1009 – 970 a.C.). Este período foi marcado por intensas batalhas, inúmeros conflitos e perseguições; a guerra era algo muito frequente, quando um inimigo caia outro se levantava. Ao fim destes quase quarenta anos turbulentos, Davi escreveu um cântico ao Senhor, dando graças a Deus por tantos livramentos e maravilhas operadas durante seu reinado (2 Sm 22:1). Este cântico está registrado em 2 Sm 22:2-51 e também em Sl 18:1-50.
“O Senhor é o meu rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador” (2 Sm 22:2).
Davi começa reconhecendo a grandeza de Deus em todas as coisas. O Senhor era quem sustentava o ministério de Davi (Ver Sl 54:4). Rochedo, Fortaleza e Libertador eram títulos Divinos que o rei de Israel havia experimentado todos os dias da sua vida.
“Na minha angústia, invoquei ao Senhor; sim, a meu Deus clamei; do Seu templo ouviu Ele a minha voz, e o meu clamor chegou aos Seus ouvidos” (2 Sm 22:7).
Em meio às suas tribulações Davi orava ao Senhor. Suas orações renderam centenas de cânticos inspiradores e que até hoje (quase três mil anos depois) nos ensinam preciosas lições. Sua sinceridade, humildade e confiança em Deus nos estimulam na caminha cristã. Davi chamava a Deus; e Ele o respondia. Estas palavras nos lembram da oração de Jonas: “Na minha angústia, clamei ao Senhor, e Ele me respondeu” (Jn 2:2a); “Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a Ti a minha oração, no Teu santo templo” (Jn 2:7).
“Quanto a Deus, o Seu caminho é perfeito, e a Palavra do Senhor é fiel; é Ele o escudo de todos os que nEle se refugiam” (2 Sm 22:31).
Vemos agora o reconhecimento de que todas as obras do Senhor são perfeitas e que Sua Palavra é fiel e verdadeira. Mesmo nos tempos de adversidades o Senhor é quem protege o Seu povo – como um escudo protege um soldado no meio da batalha. O Senhor é uma Fortaleza onde os peregrinos encontram consolo e proteção no dia mal (Ver Pv 18:10; Na 1:7; Sl 46:1; Sl 9:9). “Pois quem é Deus, senão o Senhor? E quem é rocha, senão o nosso Deus?” (2 Sm 22:32). Neste verso Davi leva o povo a refletir, para que em momento algum viessem a cair no erro de buscar socorro em outras coisas ou em outros deuses. Não há segurança longe de Deus.
“Deus é a minha grande fortaleza, e Ele torna perfeito o meu caminho” (2 Sm 22:33).
No Sl 18:32 temos o mesmo versículo, mas apresentado com um significado um pouco mais prático: “Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito o meu caminho”. Aprendemos que Deus é o nosso doador de forças (Ver Dn 2:20 e Is 40:29). Também é Ele que endireita o nosso caminho. Em Jó 23:10 está escrito: “Mas Ele sabe o caminho por que eu ando; provando-me Ele, sairei como o ouro”. Algumas barreiras e obstáculos que enfrentamos são ferramentas que Deus usa para nos moldar e desenvolver o nosso caráter. No fim sairemos aprovados (Tg 1:12) e puros como o ouro. A experiência de Davi demonstra claramente estes princípios – que a provação produz a aprovação, por isso não devemos desfalecer ou desistir no meio das batalhas. O autor aos Hebreus nos ensina:
“Não lanceis fora, pois, a vossa confiança, que tem grande recompensa. Porque necessitais de perseverança, para que depois de haverdes feito a vontade de Deus alcanceis a promessa” (Hb 10:35-36).
A esperança no coração de Davi é convertida em louvores a Deus:
“Por isso, ó Senhor, louvar-te-ei entre as nações e entoarei louvores ao Teu nome” (2 Sm 22:50).
Que neste tempo possamos redescobrir os tesouros secretos de Deus. Que venhamos buscar mais a Sua presença e conhecer Sua vontade para que sejamos restabelecidos, fortalecidos e vivificados. Que a grande jornada do rei Davi nos ajude a enxergar nossa própria jornada sob a orientação e a provisão de Deus. Que nossos corações também produzam frutos dignos ao Senhor: louvores puros de ações de graças que subam até os céus e sejam ouvidos por Deus como uma oferta agradável. Amém!
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