“Então, Samuel tomou uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e lhe chamou Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor”. 1 Samuel 7:12
Neste período o povo de Israel sofria com a opressão dos filisteus. Cerca de vinte anos já haviam se passado e o povo suspirava pelo Senhor, clamando por misericórdia para que fossem libertos das mãos dos filisteus (1 Sm 7:2). Samuel, que julgava Israel naquele período, exortou o povo: “Se de todo o vosso coração voltais ao Senhor, lançai do meio de vós os deuses estranhos e as astarotes [Astarotes é uma forma plural do nome Astarte, uma deusa mãe com aspectos de deusa da fertilidade, do amor e da guerra, conhecida pelos israelitas por meio dos cananeus. Os cultos praticados eram extremamente depravados (J. D. DOUGLAS, F. F. BRUCE, R. V. G. TASKER, J. I. PACKER, D. J. WISEMAN. O Novo Dicionário da Bíblia. Volume I. São Paulo – SP, 1990.)], preparai o vosso coração para com o Senhor e servi a Ele só; e Ele vos livrará da mão dos filisteus” (1 Sm 7:3). O povo obedeceu à ordem dada por intermédio de Samuel, lançando fora todos os deuses estranhos e servindo somente ao Senhor (1 Sm 7:4). Na sequência o povo se congregou em Mizpá, onde oraram, jejuaram e disseram: “Pecamos contra o Senhor” (1 Sm 7:5-6). Este ajuntamento dos israelitas chegou ao conhecimento dos filisteus, que talvez pensaram que Israel se preparava para uma batalha direta. Então eles subiram para pelejar contra os filhos de Israel, que temeram por causa dos filisteus (1 Sm 7:7). Então o povo disse a Samuel que não cessasse de clamar ao Senhor para que Ele os livrasse. Samuel então ofereceu um sacrifício e orou ao Senhor por Israel (1 Sm 7:8-9): “Enquanto Samuel oferecia o holocausto, os filisteus chegaram para pelejar contra Israel; mas o Senhor trovejou [No Salmo 29:3 a voz do Senhor é comparada com um trovão e no v.4 está escrito: “A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade” (Sl 29:4). Ao som da Sua voz os filisteus foram derrotados.] naquele dia com grande estrondo sobre os filisteus e os aterrou; de modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel” (1 Sm 7:10).
Que tremendo livramento! Que experiência ímpar! Quando parecia ser o fim o Senhor providenciou um novo começo. Mas analisando esta passagem, vemos em primeiro lugar que o povo se arrependeu de seus pecados, lançando fora toda idolatria e suas práticas pecaminosas. Em segundo lugar, Deus atendeu o clamor do povo, pois eles se humilharam e se quebrantaram (Ver Sl 51:17). A Bíblia ensina que Deus dá graça aos humildes e a Seu tempo os exalta: “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (Tg 4:10); “Humilhai-vos debaixo da potente mão de Deus, para que a Seu tempo vos exalte” (1 Pe 5:6). O arrependimento sincero abre as portas para a misericórdia de Deus: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13). Assim ocorreu com o povo de Israel, eles: (i) confessaram os seus pecados – “Pecamos contra o Senhor”; (ii) os deixaram – lançando fora os deuses estranhos, e assim, alcançaram a misericórdia de Deus – que os livrou da mão dos inimigos. O povo abandonou seus maus caminhos e voltou para o Senhor, que se compadeceu dele, porque Ele é generoso em perdoar (Ver Is 55:7-8; Sl 86:15; 145:8; 103:8). Em memorial àquele dia, Samuel ergueu uma pedra e lhe chamou “Ebenézer”, que significa: “até aqui nos ajudou o Senhor” (1 Sm 7:12).
“Assim, os filisteus foram subjugados, e não mais vieram aos termos de Israel, porquanto a mão do Senhor foi contra os filisteus por todos os dias de Samuel” (1 Sm 7:13).
Mesmo passando por lutas e aflições, Deus sustentou e sustenta o Seu povo. Muitas destas dificuldades são benéficas, pois através delas reconhecemos que somos carentes de Deus, pecadores e dependentes dEle para todas as coisas. Lancemos fora os deuses estranhos e o pecado que tão de perto dos rodeia, para que venham os tempos de refrigério da parte do Senhor:
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (At 3:19).
Amém e amém!
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