“Purifica-me com
hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve”. Salmos 51:7
O pecado na vida do homem contamina e mancha o seu coração; corrói o corpo, a alma e o espírito. A água pode lavar nosso exterior, retirar as manchas do corpo, mas somente Deus pode purificar o nosso interior, lavar o nosso coração de toda impureza. Ao reconhecer a gravidade de seu pecado contra Deus, Davi clamou ao Senhor: “Purifica-me com hissopo [Hissopo: planta utilizada pelos judeus em rituais de purificação.], e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo [Alvo: Branco (Dic. Aurélio).] do que a neve” (Sl 51:7). Davi se arrependeu profundamente de seu erro [Davi havia adulterado com Bate-Seba, mulher de Urias, um oficial do seu exército. Para encobrir este ato, Davi também planejou a morte de Urias, colocando-o na linha de frente de uma batalha, onde certamente seria morto pelos inimigos (2 Sm 11:1-27). O Senhor enviou o profeta Natã para repreender Davi e alertá-lo sobre as consequências de seu ato. Davi então se arrependeu profundamente (2 Sm 12:1-13).]; humilhou-se e reconheceu que somente Deus poderia restaurá-lo, perdoá-lo e purificá-lo (Ver Sl 51:1-5,7,10,12). O pecado tirou a alegria da Davi; assim também acontece conosco, somos abatidos no mais íntimo de nossa alma. “Restitui-me a alegria da Tua salvação”, clamou Davi. “... renova em mim um espírito estável”; “cria em mim, Senhor, um coração puro”, são outras declarações profundas e sinceras, feitas por um homem aflito e perturbado pela culpa e pela vergonha. Mesmo reconhecendo sua situação desprezível, Davi recorreu a Deus em um tempo oportuno (Ver Hb 4:16). Ele sabia que Deus não desprezaria um coração contrito [Contrito: arrependido.] e um espírito quebrantado e humilde (Ver Sl 51:17). A misericórdia e a benignidade do Senhor impulsionaram o rei de Israel a buscar o perdão, o consolo e a purificação para então prosseguir sua carreira. O fardo do pecado nos impede de caminhar; paralisa-nos no tempo.
Em outro Salmo, Davi se expressa nos seguintes termos: “Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me Tu dos que me são ocultos. Também de pecados de presunção [Pecados cometidos voluntariamente mesmo consciente da reprovação de Deus; ou, pecados pré-meditados.] guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então, serei perfeito e ficarei limpo de grande transgressão” (Sl 19:12-13). Davi pede a Deus um coração sensível para perceber seus erros e também ajuda para se livrar de seus maus hábitos, que ocasionalmente terminavam em ofensas contra Deus.
Davi era um poderoso guerreiro, mas seu coração se dobrava diante de Deus. Ele clamava por ajuda em suas crises e reconhecia suas transgressões. “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a Tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!” (Sl 19:14): eis um dos desejos sublimes de Davi; ele queria que suas palavras e seus pensamentos fossem agradáveis a Deus; ele queria dedicar o melhor ao seu Senhor e Salvador. Seus erros e pecados não o afastaram de Deus, mas o tornou dependente dEle em tudo: “Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha vida” (Sl 54:4).
Que neste dia possamos aprender com o rei Davi. Suas atitudes muito nos edificam e nos ajudam a compreendermos na prática o significado de “sermos um homem ou uma mulher segundo o coração de Deus”. Nenhum ritual humano pode purificar nossos corações, somente o sangue de Jesus pode nos lavar completamente e nos fazer mais brancos do que a neve. Confessemos nossos pecados a Ele, pois “Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1:9).
Depois daquela terrível experiência, daquele peso insuportável, daquela culpa avassaladora, Davi relata como ele obteve a vitória sobre seu passado:
“Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e Tu perdoaste a culpa do meu pecado” (Sl 32:5).
Amém!
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