“... mas esta,
da sua pobreza, deu tudo o que tinha, mesmo todo o seu sustento”. Marcos 12:44b
Na narrativa de Marcos encontramos um notável episódio em que Jesus observava como a multidão lançava suas ofertas no cofre (Ver Mc 12:41-44). Havia muitos ricos ali, depositando enormes quantidades de ouro e prata. Entretanto, não foram estes que chamaram a atenção de Jesus, mas sim, uma pobre viúva. Provavelmente ela entrou em cena sem ser notada pela multidão; sua simplicidade e humildade não a permitia ser vista, muito menos reconhecida. “Vindo, porém, uma pobre viúva, lançou [no cofre] dois leptos, que valiam um quadrante (Quadrante: moeda romana de cobre que equivale a 1/64 do denário.)” (Mc 12:42). Esta mulher ofertou duas pequenas moedas (Leptos: pequenas moedas.), que se olharmos sua importância financeira é algo aparentemente insignificante. “Apenas dois leptos?”; “Isto é apenas sessenta e quatro avos do denário!” (Denário: modeda romama de prata que corresponde a um dia de trabalho; unidade monetária básica empregada naquela época.). Poderia exclamar os observadores de plantão. “Como este valor tão pequeno pode ser útil na obra do Senhor?”. As pessoas poderiam julgá-la, mas ela deu o seu melhor; ela dedicou ao Senhor tudo o que tinha.
As pessoas podem atribuir importância aos valores e às quantidades de moedas de ouro depositadas, mas Jesus observa o coração das pessoas. Ela deu duas moedinhas de cobre, um metal não tão nobre como a prata ou o ouro, mas sua oferta foi a mais valiosa de todas: “E, chamando Jesus os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitaram ofertas no cofre; porque todos deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha, mesmo todo o seu sustento” (Mc 12:43-44). Muitos certamente consideraram essa observação de Jesus uma loucura; porém, Ele não julga pelas aparências, e sim, pelo estado do nosso coração. Deus vê o interior da alma, e esquadrinha as intenções de nosso coração (Vemos este princípio sendo aplicado quando Deus diz ao profeta Samuel para ungir um dos filhos de Jessé como rei de Israel no lugar de Saul. Samuel ficou admirado com o porte físico de Eliabe, Abinadabe, Samá e os outros filhos de Jessé, no entanto, não era nenhum desses que o Senhor havia escolhido. Deus disse a Samuel: “porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Sm 16:7). Finalmente Jessé trouxe Davi, que estava no campo apascentando ovelhas. Davi era ruivo e de aspecto gentil, humanamente ele era o menos indicado para essa função, mas foi esse que o Senhor havia separado para ser rei de Israel; e Samuel o ungiu: “Então, disse o Senhor a Samuel: Levante-te e unge-o, porque é este mesmo” (1 Sm 16:12). Deus escolheu Davi, pois Ele conhecia o seu coração; a Bíblia diversas vezes retrata Davi como um homem segundo o coração de Deus.). Aquela pobre mulher ofertou de todo o seu coração. Ela não olhou para sua pobreza nem para suas limitações, e sim, depositou toda sua esperança nas mãos de Deus, de onde viria o seu sustento do dia seguinte. Que fé admirável; simples, mas tão genuína, ao ponto de atrair a atenção de Jesus. Que exemplo de vida! Sua atitude muito nos inspira e nos leva a refletir em relação àquilo que temos oferecido a Deus. Temos dado o nosso melhor? Temos ofertado de coração? Saiba, porém, que não estamos falando de ofertas em dinheiro, mas em ofertarmos nossa vida a Deus; fazermos o nosso melhor segundo aquilo que Deus nos concedeu: nossa saúde, nossa inteligência, nosso tempo e também nossos recursos, pois tudo vem dEle, somos apenas mordomos de tudo aquilo que Ele confiou a nós. O mais importante é sem dúvidas: ofertarmos o nosso coração. Devemos consagrar nossa vida no Seu altar; dedicar o que somos e o que temos para cumprirmos a Sua vontade. Devemos colocar tudo em Suas mãos, pois Ele é quem cuida de nós e supre todas as nossas necessidades: “Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:32b-33).
Que sigamos o exemplo desta pobre viúva, entregando tudo nas mãos de Deus, pois o mais Ele fará (Sl 37:5).
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