“Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo”. Salmos 31:9
Este é mais um clamor do grande rei Davi; suas palavras são tão sinceras que nos causam grande admiração – ele vai direto ao ponto e expõe suas aflições diante de Deus. Diante dos laços armados por seus inimigos ele busca em Deus o seu refúgio (Sl 31:4). As aflições do mundo presente e a perseguição do sistema nos levam a este mesmo estado que Davi sentiu em seu tempo ao ponto de clamarmos: “Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado” (Sl 31:9a). O pecado em nossas vidas também causa esse mesmo efeito ao ponto de dizermos em oração: “Olha para a minha aflição e para a minha dor e perdoa todos os meus pecados” (Sl 25:18). Por um lado somos confrontados pelo mundo externo – o sistema maligno; por outro lado, lidamos com nosso interior corrompido pelo pecado. Lutas internas e externas sugam as nossas forças: “consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo” (Sl 31:9b). Corpo, alma e espírito são dramaticamente afetados, e Davi acrescenta:
(i) “a minha força desfalece por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem” (Sl 31:10b), revelando os efeitos de suas lutas internas;
(ii) e também “por causa de todos os meus adversários tornei-me em opróbrio [uma grande desonra]” (Sl 31:11a), expressando suas lutas externas.
Em ambos os casos, somente Deus poderia providenciar o livramento. Vejamos três aspectos relevantes desta passagem:
1. Davi se coloca diante de Deus e deposita sua confiança no Altíssimo: “Mas eu confio em Ti, ó Senhor; e digo: Tu és o meu Deus” (Sl 31:14).
2. Ele reconhece a soberania de Deus e que nada foge do Seu controle: “Os meus dias estão nas Tuas mãos” (Sl 31:15a);
3. e por último, apresenta seu pedido: “livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem. Faze resplandecer o Teu rosto sobre o Teu servo; salva-me por Tua bondade” (Sl 31:15b-16).
A oração sincera era um grande tesouro que Davi possuía e em momento algum ele abria mão dela. Que sigamos este exemplo na nossa vida de oração: uma oração sincera, adornada com fé, esperança, confiança. Nos momentos de turbulência dizemos a nós mesmos: “estou perdido!”; Davi também passou por isso, veja o que ele relatou: “Eu dizia no meu espanto: Estou cortado de diante dos Teus olhos” (Sl 31:22a). Mais uma vez vemos a fragilidade do homem e sua inconstância quanto aos seus sentimentos. Por esta razão devemos nos apoderar da Palavra de Deus, pois ela não muda: “mas a palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1:25), e não nos basearmos naquilo que pensamos ou sentimos. Tudo que Davi passou serviu de aprendizado para ele, através de sua experiência somos edificados.
O desfecho é o seguinte: “não obstante [Não obstante: apesar disso; contudo.], Tu ouviste as minhas súplicas quando eu a Ti clamei” (Sl 31:22b). Apesar de todas aquelas dificuldades o Senhor sempre escutou as orações de Davi; Ele apenas aguardava o tempo certo para respondê-las. O tempo de Deus é perfeito, por isso devemos esperar pacientemente por suas promessas e pelo Seu agir (Sl 40:1; Ec 3:1). Para finalizar sua escrita inspiradora, Davi transmite uma palavra de esperança, e sua vida dava prova disso:
“Esforçai-vos, e fortaleça-se o vosso coração, vós todos os que esperais no Senhor” (Sl 31:24).
Amém!
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