“Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão”. Salmos 126:5
Tempo de semear: tempo de muito trabalho e de muitos desafios. Primeiro prepara-se a terra cuidadosamente, depois selecionam-se os melhores grãos para serem plantados e, após o plantio, aguarda-se ansiosamente pelos frutos. Um processo aparentemente simples, mas a prática requer muita dedicação e perseverança. Olhemos, pois, para a semente (ou grão) a ser plantado: tão pequena, tão simples, aparentemente sem nenhum potencial, inerte. Como uma estrutura tão singela pode desencadear uma colheita? De onde esta semente retira tanta energia para desenvolver uma forma tão detalhada, tão rica, tão funcional? Ao entrar em contato com o solo, a semente absorve água e nutrientes vitais para seu crescimento. Surgem as raízes que se entrelaçam no solo para firmar a estrutura e para buscar sustento. Cresce o ramo principal (tronco); aparecem os ramos com suas folhas; depois as belas flores, e, por fim, os frutos, e dentro deles mais sementes, que futuramente serão plantados, dando sequência ao processo de multiplicação. Uma semente produz outras cem, que juntas produzem dez mil, cem cada, e assim sucessivamente. Que processo maravilhoso!
Vemos nestas observações a sabedoria empregada por Deus. Quanta perfeição nós encontramos no desenvolvimento de uma planta ou de uma árvore! Mas do plantio até a colheita existe o tempo da espera. A semente está ali enterrada e não sabemos o que sucede. Quando por fim, ela começa a se erguer do solo e se projetar para cima pensamos: “algo novo está surgindo! Estou ansioso para ver os resultados”. Mas a partir daí, vem um longo tempo até a produção dos frutos tão almejados. É neste período que cedemos ao desânimo; o processo é lento e parece que não vai adiante. Muitas vezes plantamos uma pequena semente e a regamos com lágrimas e muito suor, mas não pára por aí. Durante todo o processo somos confrontados pelo medo, pela insegurança, pelo abatimento e pelo desespero. Abandonamos a produção e interrompemos a obra; desistimos no meio do caminho. “Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec 3:1). “Há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou” (Ec 3:2b). A pequena semente avança passo a passo, no seu ritmo certo. Se tentarmos intervir no processo corremos o risco de perder toda safra.
Devemos esperar pacientemente, pois o tempo se encarregará de nos entregar os frutos. Assim também são os frutos espirituais, não nascem da noite para o dia; levam meses, anos ou até décadas. Grandes heróis da fé esperaram quarenta para verem promessas se cumprindo. No tempo certo alcançaram a bênção e o todo aquele tempo de espera se tornou em nada se comparado com a alegria de colher os seus frutos. O segredo destes homens é que eles confiaram em Deus cima de suas próprias limitações. Creram na Palavra de Deus e aguardaram; convictos e certos da vitória. Declarou Davi: “Esperei com paciência pelo Senhor, e Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor” (Sl 40:1). O tempo de semear é desafiador; a espera parece não ter fim; a colheita parece incerta, improvável. Tão certo como a semente na terra germina e produz seus frutos, assim serão os frutos colhidos por aqueles que plantam suas sementes no Senhor. “Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos” (Sl 126:6). Amém!
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